Tema: Pólíticas públicas, juventude negraVetores: Poder e Sociedade
Resumo: A atenção às imbricadas relações entre racismo, violência e desigualdade vêm ganhando destaque cada vez maior no debate público brasileiro. E o Laboratório Social busca contribuir com este debate oferecendo esta roda de conversa, que terá por base o livro Contrariando a Estatística: Genocídio, Juventude Negra e Participação Política, do pesquisador Paulo César Ramos. Na obra, a juventude negra é tratada como sujeito e protagonista em sua articulação com processos sociais mais gerais, ao mesmo tempo que é entendida como resultado das relações sociais produzidas ao longo da história - história esta mediada pela experiência, individual e coletiva, de um grupo racializado no seio de uma sociedade cuja desigualdade está racialmente estruturada. Resultado da pesquisa de mestrado do autor, defendida na UFSCar, o trabalho reconstitui a tematização dos homicídios pelos jovens negros no Brasil, desde 1978, passando pelo Hip Hop, até a formação recente da bandeira de luta "contra o genocídio da juventude negra", na primeira década deste século. O trabalho mostra como o termo “genocídio” foi ressignificado pela da militância jovem negra, culminando na formação de uma agenda de pressão por políticas públicas de proteção à juventude negra. A transmissão será feita pelo canal do Youtube do Laboratório.
Certificado: Carga horária de 1 hora e 30 minutos
Palestrantes:
Douglas Belchior
Educador e liderança social. Em sua trajetória política, atua principalmente em questões de direitos humanos e direitos sociais, com ênfase no combate ao racismo e nos movimentos negros. É fundados e um dos principais integrantes do cursinho popular e movimento social UNEafro Brasil.
Jacqueline Sinhoretto
Doutora em Sociologia (USP). É professora associada da Universidade Federal de São Carlos / Departamento de Sociologia e PPGS. Lidera o Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos da UFSCar. Realizou estágio pós-doutoral na Université de Toulouse - Le Mirail, com bolsa Hermès da Fondation Maison des Sciences de L'Homme (França, 2009). Professora visitante na Université de Toulouse Jean Jaurès, na Cátedra de Estudos sobre América Latina do IPEAT, (França, 2014). Pesquisadora Visitante da Chaire de recherche du Canada sur traditions juridiques et rationalité pénal, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Ottawa (Canadá, 2019-2020) Tem experiência em Sociologia da Administração da justiça e Sociologia da Violência, atuando principalmente nos seguintes temas: administração institucional de conflitos, acesso à justiça, violência, segurança pública, sistema de justiça, prisões, controle estatal do crime.
Paulo César Ramos
Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Especialista em Análise Política e Relações Institucionais (UnB). São seus temas prioritários relações raciais, violência, movimentos sociais, políticas públicas e juventude. Possui experiência como professor. Desenvolveu pesquisas para a Fundação Perseu Abramo, UNESCO e Fundação Oswaldo Cruz (Plano Juventude Viva) nos tema juventude, violência e relações raciais. Coordenou pesquisa de campo sobre relações raciais e segurança pública. Trabalhou na formulação de políticas públicas em âmbito municipal e federal. Realizou visitas técnicas internacionais pelo continente americano, com estágio no Observatoire Jeunes et société, Institute National de la Recherche Scientifique de Québec, Canadá, em 2014; em 2019 foi Visiting Scholar no Department of Africana Studies da University of Pennsylvania, nos EUA. Atualmente coordena o projeto de pesquisa, formação e mobilização Reconexão Periferias e é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento onde coordena o Projeto Memória e Identidade do Ativismo Afro Brasileiro no AFRO - Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Raça, Gênero e Justiça Racial.
Mediadora:
Crislei de Oliveira Custódio
Licenciada em Pedagogia, Mestre e Doutora em Educação pelo Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP. Membro da equipe de educação em direitos humanos do Instituto Vladimir Herzog e do grupo de estudos “Violência em tempos sombrios” do Núcleo de Estudos sobre a Violência (NEV/USP). Foi organizadora da coletânea “Hannah Arendt: a crise na educação e o mundo moderno”, publicada em 2017, com apoio da Fapesp, pela Editora Intermeios.
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